Este blog é um esforço civilizatório pelo bom gosto.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Harmonização

Após longo jejum no blog, me proponho a elencar sugestões de harmonização.

Antes da primeira tentativa, contudo, convém delinear a proposta. Harmonizar significa conciliar, colocar de acordo duas ou mais coisas. Ou, ainda, combinar, conjugar. Ou, por fim, equilibrar, simetrizar.

Todos já ouviram falar da essencial arte de harmonizar vinhos e comidas. Trata-se de ‘arte’, segundo vejo, porque a harmonização varia com o paladar e o olfato de cada um, de modo que não se aprende a harmonizar vinhos (ou outras bebidas) e comidas; mas tenta-se, equivoca-se, acerta-se e, com o tempo, a tendência é acertar cada vez mais. E é ‘essencial’, porque vinho e comida em desarmonia tornam-se ou um desprazer ou, no mínino, um desperdício de tempo e dinheiro.

Minha proposta não é sugerir combinações entre esta casta e aquele prato, mas algo mais ambicioso. Tentarei inventar, com base em experiências sensoriais de finais de semana, um todo harmonizado. Mantendo-me em níveis mais gerais, a fim de evitar propostas demasiado enfadonhas, indicarei momento, ambientação, música, vinho e, talvez, alguma comida. Espero, após esse exercício, poder, eventualmente acertar alguma combinação.


Tentativa n° 1 de harmonização:

Visita a uma casa de amigos, informal, sem motivação aparente além da vontade de estar lá. Parece-me que em um clima de descontração, pessoas conversando sentadas em puffs ou mesmo no tapete, em uma noite levemente fria, combina com um vinho tinto leve e de fácil paladar, i.e, agradável sem ser muito complexo. Uma excelente sugestão é o Woodbrigde, de Robert Mondavi, um cabernet sauvignon que tive o prazer de conhecer com os outros Chatêaux. Como música de fundo, baixa para não competir com o tom de voz das pessoas, indico, entre centenas de outras possibilidades, a sinfonia n° 1 de Haydn, a qual me parece ter as mesmas características do cabernet sauvignon do Mondavi.

Não tive, ainda, oportunidade de testar essa combinação. Alguém se habilita?

2 comentários:

  1. É bem certo que minha experiência com vinhos é recentíssima! Porém, até aqui poucas coisas foram tão marcantes quanto o Woodbridge, não no sentido de ser forte, mas de ser especial.
    Com gosto das amoras mais escuras.
    Preciso de provar mais uma vez. Estou confuso a respeito do que poderia acompanhar essa garrafa.
    Apenas uma coisa me é certa: amigos.

    ResponderExcluir
  2. Lindo post. O Woodbridge destruiu meus preconceitos com cabernets sauvignon. Tentarei outras adegas desta espécie.

    ResponderExcluir