quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Ilê – do Iorubá ao baianês
Um baiano estava deitado na rede e gritou:
- Mãe, você tem soro antiofídico?!
- Por que, meu filho, uma cobra te picou?!
- Não, mas ela está chegando perto.
Essa velha e carcomida piada resume bem o atendimento no Ilê Restaurante (SCLS 209, Bloco C, Loja 13). Logo na entrada, o cliente não é devidamente recebido por uma hostess e tem que se aventurar a achar uma mesa num restaurante lotado como se estivesse numa praça de alimentação de Shopping Center. Os iorubás tupiniquins também não aprenderam que quem serve a comida não pode ser a mesma pessoa que limpa a mesa. Os garçons não conseguiam limpar todas as mesas antes que os novos clientes chegassem, os quais ficavam apreciando o cheiro dos restos mortais do cliente anterior enquanto esperavam serem lembrados pelos garçons. Depois do contato inicial, a experiência não melhora. Todos os talheres estavam mal lavados, a garçonete esqueceu o pano úmido de limpar as mesas em cima da MINHA mesa e após a refeição os pratos só foram retirados depois de começar seu processo de putrefação. Sem querer ser injusto com os baianos, mas em termos de atendimento, a cordialidade baiana não tem sido bem representada em Brasília.
O menu do Restaurant Week tinha como entrada a casquinha de siri com farofa de dendê. A farofa estava fantástica, mas não compensou o gosto de água do siri congelado. Infelizmente, frutos do mar só servem se forem frescos.
O prato principal foi uma moqueca de camarão no côco, prato ornamentado com flores e pimentas de cheiro, ótima apresentação, que condizia com a proposta de uma moqueca leve e saborosa. Não consegui identificar dendê na receita, o que denuncia que eles tenham usado leite de côco como substituto, o que explicaria a textura aguada do prato. O acompanhamento foi arroz branco, pirão e mais farofa de dendê.
A sobremesa foi uma simples torta de chocolate com creme de leite. Nada demais, foi colocado no cardápio apenas para preencher a obrigação de ter que servir um menu completo. Eles teriam sido mais felizes se tivessem oferecido uma sobremesa baseada em frutas tropicais, o que seria barato e criativo.
Acho que o prato principal não faz valer a pena a visita.
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MORRIIIIII DE RIR! HEHEHEHEHEEHEHEH
ResponderExcluirAi, ótimo,ótimo,ótimo. A quem caberá bater no prato mediocre do Dudu Camargo?
Nossa, esquecer o pano úmido na mesa do cliente é o fim! É, esse tá fora da minha lista...
ResponderExcluirPuts!
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